Com tanta restrição bares fecham e músicos perdem espaço na cidade
Os bares estão perdendo clientes e os músicos perdendo empregos. Todo mundo quando pensa em sair para um barzinho com os amigos já pensa: Quem vai tocar? Qual o estilo de música” a música sempre é uma forma de atrair e reunir as pessoas seja em bares, shows ou eventos.
Música é cultura e faz parte de cada um de nós, pois através dela, relembramos momentos que marcaram a nossa vida que foram de alguma forma embalada por alguma banda, ou às vezes ouvimos aquela música que diz tudo o que queríamos dizer e não sabíamos como fazer.
Proposta pelo vereador Eduardo Romero (PTdoB), vice-presidente da Comissão de Cultura da Câmara Municipal de Campo Grande, a audiência com o tema “som ao vivo e mecânico em eventos, pontos comerciais, seja para manifestações culturais e comerciais” foi idealizada pelo músico Raimundo Edmário Guimarães Galvão, 46 anos.
Para o músico Everton Alves Garcia, conhecido como Falcão da dupla Guilherme & Falcão, 32 anos, ele acredita que a lei do silêncio deva ser respeitada em bares abertos, a partir das 22h, assim permitirá a todos trabalharem sem desrespeitar as leis.
Já para o músico baterista, Bruno Barbosa Flores mais conhecido como Mumu, 24 anos, acredita que além da dificuldade em poder mostrar o seu trabalho por causa da lei do silêncio e das dificuldades de se encontrar locais acessíveis para trabalhar, a falta de apoio à cultura na cidade também é muito grande.
Para Eloy Paulucci, 42 anos, da banda Beatlesmaniaco, o ponto alto da audiência foi quando o músico Galvão tocou um violão ao microfone sendo aferido (sem ABNT, de forma aproximada) 80 decibéis. Em seguida ele colocou o microfone dentro de um liquidificador ligado e o aparelho marcou 90db. Deixou muito claro que a lei precisa ser revista a favor da cultura. Lembrando que ambas as aferições superaram muito os limites máximos previstos em lei, que é de 70db em áreas industriais, durante o dia.
Com tantas restrições, alguns bares da cidade começam a fechar as portas, com isso reduzindo as opções de lazer e cultura da população, alguns bares estão se adaptando e virando balada, para quem sabe assim, conseguir manter o local funcionando e chamando a atenção da população, mas muitos duvidam que consigam se manter pois as pessoas que antes frequentavam não irão mais e o consumo em baladas acaba sendo menor por ser voltado apenas para a bebida, não havendo consumo de porções.
Há algum tempo Campo Grande já vem perdendo os principais eventos da cidade por conta da Lei, a EXPOGRANDE/MS é um dos eventos que não se destacam mais no cenário municipal, pois agora não pode mais realizar shows na madrugada durante a feira. Ainda faz muito sucesso entre os agropecuários e profissionais da área, contando com as suas exposições em tecnologia e leilões.
O Projeto MS CANTA BRASIL realizado pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e executado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, é regido pela Lei 8.666/93, em seu edital de convocação de apresentação o Art. 1º. Informa que: “O projeto “MS Canta Brasil”, realizado pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e executado pela Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, mensalmente, na grande arena do Parque das Nações Indígenas na capital, com o objetivo de homenagear os estados brasileiros por meio da música, promovendo a integração de artistas regionais com consagrados nomes da música nacional.”
Porém o projeto não é realizado mensalmente há algum tempo, o que antes era mais uma oportunidade de bandas locais e regionais se apresentarem na abertura do show de grandes nomes nacionais, além de mais uma oportunidade de cultura e diversidade de estilos serem apreciados pela população, foi aos poucos sendo retirado e sendo realizados a cada dois meses aproximadamente, sem contar com os imprevistos da natureza, que muitas vezes cancelam o show duas horas antes de o evento acontecer, sendo necessária a remarcação do evento.
Campo Grande pode até ser a capital do Estado, mais ainda tem mentalidade de interior, nos grandes centros como Rio de Janeiro e São Paulo, eventos acontecem em locais residenciais e até mesmo grandes avenidas como Paulista e Atlântica, muitos deles começando a noite e terminando pela manhã, como é o caso da “Virada Cultural” em São Paulo. A população de Campo Grande assim como o governo tem que se conscientizar da necessidade de espaço para a cultura, para que a cidade acompanhe o desenvolvimento dos grandes centros do país.
A população deveria lutar pela valorização da cultura, tanto para shows quanto para teatro, pois a falta de espaços tanto para shows quanto para teatros é pequena, tornando cada vez mais raros e caros os acessos aos mesmos. Não deve ser apenas uma luta dos profissionais da área e sim de toda a população que anseia por mais oportunidades e acessos a cultura na cidade.
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