domingo, 4 de junho de 2017

Polêmica: vereador estuda flexibilizar Lei do Silêncio em Campo Grande













Mattogrosso estuda criar projeto ou alternativa para que investimentos no setor eventos retornem à Capital

Alegando ter o objetivo de colocar Campo Grande no circuito de grandes shows nacionais e impulsionar a noite da Capital, o vereador João César Mattogrosso, do PSDB, estuda criar projeto para fomentar o setor eventos que ficaram prejudicados após a implementação da Lei do Silêncio em Campo Grande. O parlamentar, que já foi empresário do setor, afirma que a cidade perde sem a realização deste eventos.
Mattogrosso afirma que já iniciou reuniões com representantes da prefeitura para chegar a um determinado ponto que atenda à Lei e aos empresários que investem na noite em Campo Grande. "Nós precisamos rever alguns pontos e ter o bom senso para que esses investimentos possam retornar à Capital. A arrecadação está sendo ignorada em Campo Grande e a gente precisa fazer alguma coisa. É claro que a gente não quer também a algazarra", explicou.
O vereador lembrou que Campo Grande está perto de chegar a um milhão de habitantes. "Nós não podemos ter medidas que valiam para uma época em que a cidade tinha 400 mil pessoas. Hoje a realidade é outra".
Como parte dos debates, o parlamentar analisa a possibilidade dos corredores gastronômicos (Bom Pastor, Rua da Divisão, Antônio Maria Coelho) e mais a Avenida Afonso Pena, ter por exemplo, o retorno do som de música ao vivo, nos bares e restaurante, o que hoje é proíbo por lei. Apenas permitido para quem tiver isolamento acústico e que esteja de acordo com os decibéis previsto na Lei do Silêncio.
"Essa Lei do Silêncio é bizarra. Hoje o permitido em decibéis é 70 do mínimo. Mas por exemplo, se for agora na Afonso Pena e medir, esse valor vai passar. Se você tiver em uma sala fechada, com ar-condicionado, vai chegar a 55 decibéis. Então, em um evento, principalmente de grande porte, é quase que humanamente impossível cumprir a Lei", pontua o vereador.
O empresário Sérgio Longo, dono de uma casa de show na Capital, contesta a forma como é medida. "Por exemplo, chegam para medir, se for do lado de fora, você tem que rezar para que na hora que tiverem medindo, não passe uma motocicleta que faça barulho. Eles medem por um minuto, o que pra mim, essa maneira deveria ser menor, poderia de ser 20 a 30 segundos, para poder analisar se de fato, o barulho é mesmo do estabelecimento. O ideal seria de 80 decibéis. E a multa pode chegar a R$ 20 a R$ 30 mil", explica.
Outro ponto alegado pelo empresário é com relação a liberação de alvarás. O empresário alega que há muita burocracia, e que por muitas vezes, algumas casas ficam com funcionamento irregular por conta demora na liberação por conta de órgãos públicos, como é o caso da Semadur, por exemplo. "Fora a demora, há o Ecad que é muito caro. Às vezes, pra você trazer um artista de fora, ele cobra por exemplo, R$ 1 mil, mas regularizar no Ecad, o valor chega a R$ 4 mil. Então, às vezes,  acaba sendo inviável pra gente, principalmente, por conta da meia entrada que é outro problema".
Mattogrosso ainda afirma que outros fatores também acabam encarecendo alguns serviços, como é o caso do transporte coletivo ir até às 00 horas. "O fato da cidade não ter o transporte 24 horas, faz por exemplo, com que o garçons cobre a mais, justamente, porque ele não um transporte para voltar pra casa à noite".
Garantias
O parlamenta afirmou que hoje, o município deixa de arrecadar com eventos deste tipo. "Por exemplo, em um evento recente, das Patroas, do Valter Junior e Eduardo Maluf, o valor foi de R$ 1,5 milhão. Isso porque ainda estava correndo o risco de ser cancelado por conta de documentação. A gente precisa analisar esse ponto".
Mattogrosso ainda relembra o fato da gravação do vídeoclipe da dupla sertaneja, Munhoz & Mariano, a qual produziu e que teve que ser realizado no interior de São Paulo, porque não teve apoio em Campo Grande. "Esse evento gerou economia por lá, teve quatro hoteis lotados de convidados deles, mobilizou 35 vans, além do pessoal do espaço e gerou 200 empregos diretos e 550 indiretos que poderiam ter realizado aqui".
Por fim, o vereador afirma que, antes de tudo, é necessário também, oferecer garantias aos empresários que querem investir neste setor que de cinco a 10 anos depois de feito o investimento, não será construído um hospital do lado. "Temos o caso do Albano Franco, por exemplo, que por conta de um juiz morar do lado embargou o local e depois, vieram os hospitais, com isso, aquele local que sempre tinha shows acabou se tornando um grande elefante branco, proibido de usar com esta finalidade".

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