sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Artigo de Anny Malagolini do Campo Grande News em 16/08/2013

Barzinhos se fecham entre quatro paredes para continuar com o som na noite

Anny Malagolini
Bar na rua Antonio Maria Coelho também teve que se readaptar (foto: João Garrigó)Bar na rua Antonio Maria Coelho também teve que se readaptar (foto: João Garrigó)
Ainda na saga sobre a música em bares de Campo Grande, o Lado B percorreu alguns locais para descobrir o que os empresários têm de fazer nesta cidade para garantir o som ao vivo.
Para evitar fechamento e cessar a reclamação dos vizinhos, muitos tiveram que entrar em reforma e as mesas espalhadas pelas calçadas, num ambiente meio “praiano”, aos poucos de despedem dos campo-grandenses.
Até bares que há anos já não estão localizados em áreas de maioria residencial, como a avenida Afonso Pena, tiveram de se readequar e acatar as exigências.
Há 14 anos em Campo Grande, o gaúcho Antônio Meneguini, de 40 anos, viu na Afonso Pena o local ideal para abrir um negócio: o bar “Bodega”. Segundo ele, o charme das mesas dispostas nas calçadas e aquela cara praiana, foram os maiores incentivos.
Mas depois de alguns anos, as regras ficaram mais rígidas e o barzinho foi se transformando em uma casa de shows. “Queríamos continuar como barzinho, é mais fácil para atrair o público. Perdemos ocliente de bar. Temos público de balada, não está fácil, é difícil contratar shows bons”.
Com despesas altas, o empresário conta que está pensando seriamente em fazer do ponto um restaurante, para evitar mais dores de cabeça. “A cena noturna em Campo Grande não acontece mais. Os outros abriram e estão fechando, todos perderam movimento. Se não derem um jeito de mudar a lei, vai acabar tudo”.
O bar vizinho, o “Miça”, também enfrenta a mesma dificuldade e teve uma história bem parecida. A casa também abriu em 2008, com o conceito do happy hour e música ao vivo, mas, desde o ano passado, o que era bar agora parece mais uma casa noturna. “Lutamos para não mudar a característica, mas foi inevitável para continuarmos na ativa”, explica o dono, José Carlos Roledo Júnior.
Para obedecer as exigências, depois de ação do Ministério Público, o empresário conta que foram gastos cerca de 130 mil reais em obras. E mesmo com a reforma, a dor de cabeça não parou.
Hoje, o Miça é aberto sextas e sábados com eventos esporádicos. E como a casa é alugada, os prejuízos financeiros já apareceram, sem uma renda diária, reclama o proprietário. José avisa que a vontade é fechar o espaço. “Com tanta burocracia e investimentos que não agregam retorno, quem é empresário sente na pele", explica.
Para ele, a fiscalização não é eficaz e há muitas denúncias equivocadas. Prova disso, segundo ele, foi um episódio envolvendo um vizinho, que ligou às 4 horas da manhã reclamando do som alto do bar, apesar de naquele dia o Miça não estar aberto. “Não quero chamar de perseguição, mas mesmo com tudo em dia, eles continuam no pé, parece que não querem acreditar”.
Há 16 anos, na rua Antônio Maria Coelho, o “Tábuas Bar” também foi autuado recentemente e teve que entrar em reforma no começo deste ano. O local, que era conhecido pelo happy hour com mesas espalhadas na calçada e a famosa “voz e violão”, agora está cercado de vidros. O informal cedeu espaço às readequações que tiveram que ser implantadas. O ambiente que era aberto, acabou revestido. 
Para se adequar, é preciso tempo e dinheiro. Não há lojas especializadas em acústica, só há representantes comerciais em Campo Grande, outra dificuldade. No caso do Tábua, demorou 30 dias para chegar todo o material que veio de São Paulo.
Com cara de restaurante, os clientes se espantaram com o novo formato de bar e a clientela questionou e reclamou, conta Beatricce Bruno. “A lei é tão preocupada em manter a paz que se esquece do entretenimento. A lei tem que ser mais real. Ninguém quer incomodar ninguém e não queremos trabalhar na informalidade”, garante.
Para ela, é urgente uma política de entretenimento e de cultura mais eficiente e amplamente debatida.“Campo Grande é limitada culturalmente, nem uma biblioteca decente a cidade tem”, aponta.
Sobre a necessidade de "vida noturna", Beatricce argumenta: “Campo Grande é passagem para quem vai ao Pantanal e a Bonito. A cidade é quente, e isso poderia ser uma visão positiva, leque para bares e empreendimentos”.

Engraçado.... as pessoas querem a Cidade desenvolvida , mas sem deixar que ela se desenvolva.
Uma sugestão porque vcs que reclamam tanto e ficam tão nervosos com estes bares não sentam juntos com seus amigos nestes bares e relaxam um pouco vcs estão muito estressados, a vida não é só briga, a vida é linda e tão curta . Fica a dica
Ben Hur Salamene em 16/08/2013 11:30:21
EXATAMENTE: “Campo Grande é limitada culturalmente, nem uma biblioteca decente a cidade tem”. CG é uma cidade sem nenhum atrativo cultural, a programação das salas de cinema são uma piada, teatros idem! Quando muito muito vem uma ou outra peça 'rede globo produções', os shows de gente que presta tbém são escassos! Os bares da Afonso Pena são detestáveis! Não tem investimento em cultura! Se não me engano nem Secretaria de Cultura o MS tem!
JESSICA MACHADO em 16/08/2013 11:16:24
O mais triste de tudo isso é que o 'trabalho' do MP com a alegação de fiscal da lei apenas acaba com essas casas, deixa tudo mais chato e a violência continua crescendo. Se ao menos tivesse resultado positivo, vá lá, mas nem isso. Os assaltos, assassinatos e demais atos de violência continuam crescendo.
Marcos Antonio em 16/08/2013 11:13:17
Aos que reclamam sobre a "chatice", fica a sugestão: mude-se para o lado desses bares, já que a grande maioria se instalou em locais que já eram zonas residenciais antes.

Nada contra o ambiente fechado, tampouco contra as empresas que obedecem a lei e encerram atividades que geram poluição sonora no horário. Agora, não é por causa de alguns que uma ampla maioria tem de sofrer. Tem queixa? Culpa de gestões passadas, que não fizeram um planejamento urbano que contemplasse áreas para lazer noturno na cidade.

Em tempo: moro ao lado da Feira Central da Capital. NUNCA tive problemas nem com aglomeração ou poluição sonora por causa dela. Sempre se respeitou a lei. Já a Bolero Casa de Dança é o inferno da vizinhança, deveria ser fechada pela falta de respeito aos vizinhos devido ao barulho.
Humberto Vinicius Marques em 16/08/2013 11:06:30
A cidade cresceu e as pessoas que moram no centro que agora é área comercial se incomoda. Por isso tem gente indo para os bairros residenciais. Morar no centro quando a cidade era pequena agora Campo Grande é uma capital as pessoas vão ter que sair para morar mais afastado do centro.
Placida Barros em 16/08/2013 10:56:53
Eu queria saber se Campo Grande fosse sede da Copa do Mundo recebendo
quatro seleções de países diferentes, quatro torcidas das respectivas seleções, eu torceria para ser aqueles países a jogar na nossa cidade com aqueles torcedores
boêmios, beberrões, fanfarrões, tipo Irlandeses, Holandeses, Ingleses, Alemão, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, quem sabe mudaria a cultura da vida noturna desta cidade que esta se transformando no TUMÚLO da vida noturna kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
gil zotelli em 16/08/2013 10:50:41
As poucas opções de diversão realmente estão 'blindadas' por leis que não garantem sossego e muito menos segurança. infelizmente o povo de Campo grande perde muito e fica refém de poucos bares que ousam ser diferentes.
fabio lopes em 16/08/2013 10:10:03
Sinceramente, os chatos querem transformar a cidade, que já não tem opções, em um deserto.
Rafael Zafalan em 16/08/2013 09:58:58
Querem transformar Campo Grande num asilo, não se pode fazer shows em lugar nenhum, tudo é motivo pra lei do silêncio, já começam a ficar mais escassas ainda as opções de entretenimento, a juventude já não tem pra onde sair, por isso só fazem festa em casa e os bares cada vez mais diminuem.
Nicolas Silva em 16/08/2013 07:46:49
Esse Tábua é uma dor de cabeça. Moro ali no Jardim dos Estados, pertinho desse bendito bar. Ali na Antonio Maria Coelho o fluxo de carros é constante e andar pela calçada é impossível pois o bar toma conta de todo passeio e os pedestres tem que passar pela rua, disputando espaço com os carros. Estes dias uma mãe com um carrinho de bebe ficou furiosa ao tentar passar por alí. Pessoalmente já entrei em contato com o pessoal e até agora nada foi resolvido. Até evito passar ali nos finais de tarde para não ficar nervoso com a situação. Só pergunto por onde anda a fiscalização?!
Diego Sebastian em 16/08/2013 07:14:13

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